INQUIETAÇÕES DE UM MESTRANDO
- Tatyany Nascimento Pereira
- 24 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de mai. de 2020
A gestão da aprendizagem é uma construção propriamente do sujeito que quanto mais se apropria dos conceitos mais adquire autonomia para pensar, relacionar, decidir e construir sua vida em sociedade. Novas ideias e informações podem ser adquiridas na medida em que conceitos, ideias ou proposições relevantes estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo que funcionem, dessa forma, como “ancoradouro” para novas ideias, conceitos ou proposições. (Moreira, 2008, p. 23).

Para Baumann (2007, p 34) aprender “é um vaivém sem fim de desconstrução e reconstrução, no qual nos esquematizamos e nos liquefazemos”. Em acordo, Oliveira (1995), enfatiza os processos sócio-históricos e diz que o aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo, sempre envolvendo portanto, a interação social, a colaboração e troca de experiências. Deste ponto de vista a aprendizagem contribui para que o sujeito tenha uma cabeça bem feita em lugar de uma cabeça bem cheia (Morin, 2000), já que o significado do aprender se articula com a habilidade de organizar a informação no contexto e tirar proveito dela.
Eu busco conflitos cognitivos, faço coisas que me desafiam.
Um aluno do mestrado quando se depara com uma contradição entre suas percepções e representações e o que o meio no qual ele está inserido. Ou seja, um aluno que já tem um pre-conceito formado sobre determinado assunto e você, enquanto professor, apresenta uma nova informação ele tende a concordar ou não, isso irá depender da sua formação como pessoa. Informação essa que entra em conflito com o conceito que o aluno trás. Porque a informação ou conceito que o aluno trás consigo não é o suficiente para explicar ou resolver o que você propõe.
Eu faço algo para ampliar meus horizontes.
O processo de aprendizagem começa de dentro para fora. Nós alunos por muitas vezes estamos apenas tentando completar as atividades para requerer "notas" e deixamos de lado o desenvolvimento como ser humano em evolução de aprendizagem. Aprender é buscar informação para nossas inquietações, aprender é ler sobre diversos assuntos inclusive aqueles que não fazem parte do nosso dia-a-dia, pois só assim nos tornaremos cientistas de nossas áreas de formação.
Sinto que posso decidir por mim mesmo o que, como e para que fazer.
Todos os dias nós tomamos pequenas decisões, com o processo da mudança do pensamento, inicia-se no momento que tomamos a decisão de irmos para um curso como o do mestrado, por exemplo. Assim, sinto-me como senhora do meu destino acadêmico. Como podemos fazer isso: lendo, estudando, pesquisando e testando estatisticamente para trazer o novo para ciência contábil.
Eu decido minha própria programação.
A minha programação de estudo ainda está em processo de adaptação dentro da minha rotina. Entretanto, nosso amadurecimento vem ao longo do tempo e como nós nos sentimos desafiados no processo (estresse acadêmico).
Eu decido por mim mesmo como vou utilizar o meu tempo.
Administração do tempo nos tempos atuais é um desafio. A cada dia que passa nós temos menos tempo para atividades corriqueiras e por fim, eu afirmo categoricamente que eu decido por mim mesmo como eu irei utilizar do meu tempo e como irei administrar minhas atividades.
Eu tomo conta das coisas da maneira que eu quero que sejam feitas.
Ser gestora da própria vida é um ganho evolutivo, nós nos comprometemos na entrevista de ingresso no mestrado que iremos nos comprometer inteiramente com curso para a produção da nossa obra prima científica.
Conclusão
Estas ideias nos indicam proatividade, empreendedorismo de si mesmo, necessidade de visão sistêmica a fim de “não se moldar aos padrões deste mundo, mas se transformar pela renovação da mente para ser capaz de experimentar e comprovar o sabor do conhecimento". Assim, sejamos também empreendedores no mestrado.
Abraços!
Fontes:
Baumann, Z. Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007
Morin, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
Moreira, M. A. (2008). Organizadores prévios e aprendizagem significativa. Revista Chilena de Educación Científica, 2, 23-30.
Oliveira, M. K. (1995). Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. (3a ed.). São Paulo: Scipione.
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